terça-feira, 23 de junho de 2015

A Sabedoria Indiana (Vedanta)


Você quer sentir-se bem. Você adora sentir-se bem.

O que impede você?

Segundo os grandes sábios da Índia, o que impede você de sentir-se bem é sua maneira imprecisa de pensar.

Por exemplo, você dá muita importância a coisas pequenas, como uma discussão familiar ou um obstáculo momentâneo. Você se irrita quando as coisas não saem conforme sua expectativa, como se os eventos do mundo dependessem apenas da sua ação. Você confunde situações com a interpretação que a mente faz delas. Você vive negando fatos evidentes, como que tudo acaba, que todas as situações, objetos, pessoas e vínculos são impermanentes.

Você está refém dos pensamentos que a mente lhe apresenta. Se a mente começa um discurso triste, você fica triste. Se ela fala das incertezas do futuro, você mergulha na ansiedade. Não sabe que trata-se apenas de um pensar mecânico. Você o confunde com seu próprio pensar. Você fica vulnerável, sempre à mercê do pensamento que surge a cada momento.

Você se confunde com seu corpo. Você usa um pensar impreciso, dizendo, por exemplo: "como eu sinto o que acontece com o corpo, eu devo ser o corpo!". Porém, se alguém mexe com algo que você valoriza, um filho, um carro, um vestido novo, por exemplo, você também sente, mas isso não quer dizer que você seja seu filho, um carro ou um vestido!

Você entende o sentir de forma incorreta. Parece que trata-se de algo que “acontece” a você. Você se vê como vítima das emoções. Não sabe como elas surgem, como podem ser modificadas nem para que elas servem. Muito menos como livrar-se das emoções perturbadoras.

Em síntese, seu pensar habitual é confuso, com muitas imprecisões, e inadequado. Por causa disso, você entende a vida, o mundo e a si mesmo de forma igualmente imprecisa e inadequada. E, naturalmente, ao agir baseado nesse entendimento tão falho, sentir-se bem torna-se algo esporádico, trabalhoso, incerto.

Os sábios indianos dedicaram séculos a entender essa questão. O próprio Buda abriu mão dos poderes e prazeres de um reino para desvendar tudo que está envolvido nesse tema. Os sábios ensinam que é possível você sentir-se bem, independentemente das condições do mundo, do corpo e da vida pessoal. Para isso é preciso deter-se para refletir sobre certas verdades universais, entendê-las plena e corretamente,

O caminho da sabedoria, também chamado de “Vedanta”, não é conhecimento intelectual e nem erudição. Trata-se do desenvolvimento da compreensão. Trata-se de aprender a viver com sabedoria, de compreender profundamente algumas questões-chave do viver humano.

E quando falamos de sábios, não estamos falando de pessoas que vivem isolados em cavernas geladas dos Himalayas ou de pessoas reclusas em mosteiros. Estamos falando de pessoas serenamente felizes, generosamente egoístas, ambiciosamente desapegadas, que tomam com leveza os dramas do mundo e que encaram com seriedade o jogo ilusório da vida.

Para apropriar-se do pensar dos sábios é preciso apenas uma sincera vontade de entender, mantendo longe crenças e dogmas que inibem o livre pensar. Nenhum outro requisito é necessário.

O caminho é escutar atentamente a exposição dessas reflexões maravilhosas, passadas de geração a geração, no decorrer dos séculos. As explicações são claras e os exemplos são didáticos. Ainda assim, há sempre espaço para perguntas, buscando eliminar toda dúvida ou imprecisão.

O resultado é uma forma de entender a vida que faz com que os desafios sejam enfrentados com menos desgaste, e o sentir-se bem seja fácil, frequente e inevitável


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