segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A Luz do Silêncio Interior

O antigo mestre Pitágoras ensinava, em primeiro lugar o amor próprio, a elevação moral, e a perseverança acima de tudo, como dizem seus versos áureos , os quais parte tornaram-se ditos da moral popular, e outra parte nos provam o valor da iniciação.

            Eis a parte dada aos iniciados e ocultada aos comuns.

            Eu tomo-te por testemunha : Tétrada inefável

            Fonte inesgotável das formas e do tempo

            E tu que sabes orar, quando os deuses são por ti,

            Conclui a tua obra e trabalha com fé,

            Chegarás cedo e sem trabalho a conhecer

            Donde precede, onde pára, para onde volta teu ser.

            Sem temor e sem desejos saberás os segredos

            Que a natureza vela aos mortais indiscretos

            Tu calcarás aos pés esta fraqueza humana

            Que ao acaso e sem alvo conduz a fatalidade

            Saberás quem guia o futuro incerto,

            E que demônio oculto segura os fios do destino

            Tu subirás então sobre o carro de Luz

            Espírito vitorioso e rei da matéria,

            Compreenderás de DEUS o reino paternal

            E poderás assentar-te numa paz profunda.

Hoje perdidos nos turbilhões de problemas de nosso mundo, nos afazeres de nossas vidas, raramente temos a possibilidade de nos encontrarmos em silêncio, mas a perseverança, o estudo, a dedicação nos abrem a estreita porta para o universo interior.

Confuso, vindo de longas batalhas, nosso intimo não se manifesta com facilidade, é preciso silenciar nossa mente, calar nossos pensamentos, isso é uma árdua tarefa, somente movidos pelo amor, pela , guiados pelo nosso mestre interior poderemos encontrar a LUZ

           Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos;

           Mas quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.

           Porque agora vemos por espelho e em enigma, mas então veremos face a face

           Agora conheço em parte, mas então conhecerei como sou na realidade

 

A luz interior não é por nós totalmente conhecida, por isso somos buscadores da LUZ . Em principio um ponto de luz difusa torna-se um ponto brilhante que no futuro será aberto como uma flor, essa é a luz que nos trará o silêncio de nossa mente; Uma visão por espelho de nossa divina essência

 A candeia do corpo são os olhos, De sorte que, Se os teus olhos forem bons, Todo o teu corpo terá LUZ;

Se, porem, Os teus olhos forem maus , O teu corpo será tenebroso; Se, portanto A LUZ que em ti há são trevas quão grandes serão tais trevas

 Vaidade, Inveja, Intolerância, e a inconstância são sentimentos falsos, inibidores da Luz maior a qual aspiramos, neles não pode haver concordância com ideais superiores e fraternos de um Estudante Rosacruz, Rosacruzes que no passado foram chamados os Invisíveis, não por serem invisíveis aos olhos comuns mas por seu anonimato em suas praticas e obras, caracterizando assim, principalmente um esforço para a anulação do ego.

 NADA SEI,   NADA POSSO FAZER,   NADA QUERO,   NÃO ME AGRADO,   NÃO ME ELOGIO,   NADA SABOREIO,   NADA APRENDO,   NADA BUSCO, NADA DESEJO   NO CÉU COMO NA TERRA;   APENAS A PALAVRA VIVA, O VERBO QUE SE TORNOU CARNE,   JESUS O CRISTO,

E ELE CRUCIFICADO.

 

Shanerrai

26/08/1999

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Existe vida após a morte?

Essa é uma pergunta errada, sem sentido. A pessoa nunca deve saltar à frente de si mesma; há toda a chance de ela cair de cara no chão.

É preciso fazer a pergunta básica, começar do começo. Minha sugestão é que se faça uma pergunta mais básica.

Por exemplo, você pode perguntar: "Existe vida após o nascimento?"

Isso seria mais básico, porque muitas pessoas nascem, mas poucas têm vida. Só o fato de nascer não é o bastante para você ter vida. Você existe, certamente, mas a vida é mais do que mera existência.

Você nasceu, mas, a menos que renasça em seu ser, você não vive, nunca vive.

Osho, em "O Livro do Viver e Do Morrer"

Eu Já . .. . . . . . .

Eu já . . . . .

Eu já fui um estegossauro, viva em um pântano e matava meus predadores com a cauda. . . .

Até que um dia eles me venceram . . .

Eu já fui um ceratópode  e era mais feroz, então os ataques diminuíram . . .

Eu já fui um homo erectus, mas eu não era o principal do meu bando. . .

Eu já fui um guerreiro nômade, muito alto e forte, aonde depois veio a ser a Pérsia antiga, eu matava meus inimigos com uma clava, rachava a cabeça ou quebrava-lhes a cara, literalmente. Até que um dia sobrei somente eu em uma batalha . . . .

Já vivi entre os guerreiros mongóis. ..

Eu já fui soldado romano,  bem antes da época de Cristo, e invadia cidades e coordenava saques e matança.

Eu já fui monge Shaolin e dediquei minha vida ao templo, entrei lá criança, aprendi e ensinei o Kung Fu ( pena que esqueci) e fui morto por outro monge que por motivo de inveja, me jogou de um penhasco e me atirou uma pedra na cabeça.

Já fui soldado na Itália, participei de batalhas daquele pais e depois abandonei tudo e fugi com uma Freira que “roubei” de um convento, indo morar no norte, perto das montanhas.

Já Lutei na batalha do Riachuelo, e morri em uma emboscada, tentei fugir, lembro bem do cerco aos meus soldados, no meio da mata . . .  , não saímos de lá.

Eu já morri em acidente de carro, enfiado em uma árvore ao não fazer uma curva, aquela foi uma vida curta.

Eu já fabriquei vinho e bebidas, e morri de cirrose .

Eu jurei dessa vez não matar ninguém e às vezes tem sido difícil . . .

De todas essas existências, me sobraram algumas certezas...

Eu sou Imortal

Da alma das pessoas, eu conheço todas as dores, e sabores, eu sinto o espírito quando as pessoas chegam perto de mim.

Da maldade, do que é ruim, da revolta, dos demônios, eu conheço também, mas não tenho comigo tais sentimentos.

Meu espírito é forte e de luz, minha mente é forte e apesar de parecer ter sido uma praga sobre a terra, meu espírito é ligado ao bem, sempre foi; E não é possível conhecer o bem sem saber do mau.

Shanerrai

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Resultados . . .


Parte 2 - Nem é aos poucos, é bem rápido .

Estratégias de Manipulação

As estratégias e as técnicas dos donos do mundo para a manipulação das opinião pública e da sociedade....

1. A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes.

 

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.

“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais” (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”.)

 

2. CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar uma certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

 

3. A ESTRATÉGIA DA DEGRADAÇÃO

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, é suficiente aplicar progressivamente, em “degradado”, sobre uma duração de 10 anos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas tem sido impostas durante os anos de 1980 a 1990. Desemprego em massa, precariedade, flexibilidade, reassentamentos, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haviam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de forma brusca.

 

4. A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO

Uma outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública no momento para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, por que o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, por que o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Em fim, isto dá mais tempo ao público pata acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

Um exemplo recente: a passagem para o Euro e a perca da soberania monetária e econômica tem sido aceitos pelos países Europeus em 1994-1995 para uma aplicação em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais da ALCA (o FTAA) que os Estados Unidos tem imposto desde 2001 aos países de todo o continente americano (Central e Sul da América) apesar de suas reticências, concedendo uma aplicação e vigência diferida para 2005.

 

5. DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza um discurso, argumentos, personagens e uma entonação particularmente infantil, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante.

Por que?

“Se se dirige a uma pessoa como se tivesse a idade de 12 anos então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, uma resposta ou reação também desprovida de um sentido critico como a de uma pessoa de 12 anos de idade”.

 

6. UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...

 

7. MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE

Fazer como que se o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão.

“A qualidade da educação dada as classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre o possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores” (ver “armas silenciosas para guerras tranqüilas”)

 

8. Promover ao público a ser complacente na mediocridade

Promover ao público a achar “cool” pelo fato de ser estúpido, vulgar e inculto...

 

9. REFORÇAR A REVOLTA PELA CULPABILIDADE

Fazer o individuo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo auto-desvalida-se e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E sem ação, não há revolução!...

 

10. CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência tem gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças a biologia, a neurobiologia e a psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o individuo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Fonte: http://perso.wanadoo.fr/metasystems/ES/Manipulations.html 


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vem crescendo aos poucos - parte 1

Televisão:
da informação a desinformação

UMA NOVA CENSURA

O principio básico da censura moderna consiste em inundar as informações essenciais com um dilúvio de noticias insignificantes difundidas por uma multidão de meios de comunicação social com conteúdos similares.

Isto permite que a nova censura tenha todas as aparências da pluralidade e da democracia.

Esta estratégia de entretenimento e distração se aplica em primeiro lugar aos noticiários televisados, principal fonte de informação pública.

 

Da informação à desinformação...

Desde o inicio dos anos 90, os noticiários de televisão não contém quase informação. Seguem se chamando “Noticiários de Televisão” quando na realidade deveriam se chamar “magazines ou revistas”.

Um noticiário contém em média no máximo de 2 a 3 minutos de informação. O resto está constituído de reportagens anedóticas, de fatos diversos, de micro-câmeras das quais quase sempre se reportam a vida cotidiana dos chamados reality-shows.

...e uma censura sem censores

Toda sutileza da censura moderna reside na ausência de censores. Estes tem sido eficazmente reforçados pela “Lei de Mercado” e a “Lei de Audiência”. Pelo simples jogo de condições econômicas habilmente criadas, os canais de televisão já não mais dispõe de meios financeiros para realizar reportagens verdadeiramente periódicas, e sem dúvida, ao mesmo tempo, o reality-show e as micro-câmeras arrastam mais audiência a um custo muito mais reduzido.

 

Mesmo os acontecimentos importantes são tratados debaixo de um angulo de “revista”, pelo canto dos olhos. Desse modo, uma encontro internacional dará lugar a uma entrevista do organizador do “encontro”, com as imagens de limusines oficiais e as saudações diante de algum edifício, porém, nenhuma informação, nenhuma analise com relação ao temas discutidos pelos chefes de Estado. Da mesma forma, um atentado será coberto por micro-câmeras em quase todos os lugares do drama, com as impressões e testemunhos dos passantes, ou a entrevista de um “recadista” ou um oficial de polícia.

 

A estas insignificâncias se seguem os esportes, os fatos diversos, as reportagens pitorescas sobre as profundezas da França (ou de qualquer outro país), sem duvidar das publicidades disfarçadas por produtos culturais fazendo o objeto de uma campanha (espetáculos, filmes, livros, discos...).

Informação desestruturada para uma memorização mínima.

Todos os sociólogos e especialistas da neurociência sabem que a memorização da informação por parte do cérebro se faz de melhor forma em função da forma estruturada e hierarquizada em que é apresentada a informação.

A estruturação e a hierarquização da informação são também princípios de base ensinados a todos os estudantes de periódicos.

Sem dúvida, nestes últimos 10 anos, os noticiários de televisão fazem exatamente o contrário, encadeando em desordem temas excêntricos e de importância desigual (um fato diverso, um pouco de política, esportes, um tema social, um outro fato diverso, logo de novo política, etc.) como se o objetivo buscado fosse obter a pior memorização possível das informações para o público. Uma publicação amnésica é de fato muito mais fácil de manipular...

Fonte: http://perso.wanadoo.fr/metasystems/ES/JTContents.html


A informação hoje, é muito mais CENSURADA e manipulada do que a época do desgoverno/ditadura militar.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

OBJETIVO

Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses (isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores). Este sofrimento vem do orgulho.
*Ma fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânsc. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.
*Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.
*Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles, etc; e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.
*Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânsc. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.
*Hum fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou do ódio.

É o mantra mais entoado pelos budistas tibetanos.

É tão simples e profundo que eu quis copiar colar aqui.

MARAVILHAMENTO


O objectivo último do Zen é aquilo que é conhecido como Satori em Japonês, e Sambodhi – ou abhisamaya em Sânscrito. Isto é: iluminação, como ensinava Daisetz Suzuki.

A palavra abhisamaya terá surgido da fusão dos termos Sânscritos abhyasa e maya. O primeiro designa aquilo que poderíamos dizer como método, exercício, aplicação prática.

Maya, tão frequente e vulgarmente usada no Ocidente, significa literalmente aquela que mede. A partícula *ma, tem sua origem no Indo Europeu, e indicava os conceitos de mãe, de matéria, de matriz.

Essa partícula Indo Europeia também implicava a ideia de energia criativa, impulso criativo e, num certo sentido, também a noção de descoberta, de insight.

Vulgarmente traduzida por ilusão, o termo maya originalmente tem o significado de energia criativa. Apenas depois, alguns milhares de anos após a sua criação, com a tradição Vedanta, por volta do século VIII, é que maya passa a significar ilusão.

Mas há uma estreita ligação entre as duas significações – relançando-nos directamente à raiz Indo Europeia.

O que é aquilo que percebemos no tempo e no espaço senão pura ilusão?

Mas, para percebermos qualquer coisa é necessário existir o impulso da descoberta, sem o qual não há o maravilhamento.

Como não lembrar Sócrates ao defender que a base da filosofia é o maravilhamento?
Essa é a natureza primeira da criança, da invenção e da estética.

Assim, abhisamaya, ou iluminação, significa na sua essência exercício do impulso criativo.

Joseph Beuys percebeu que era isso o que acontecia.

Resgatou na religião dois elementos que revelariam a sua arte. Dois elementos formadores da própria ideia de religião – a antiga matriz Latina religare e a posterior expressão medieval relegere. Daquela, Beuys resgatou da Natureza, enquanto processo, a ideia de ilusão na percepção – palavra que surge do Latim ludus, e que significa etimologicamente contra jogo – mas também a ideia de impulso criativo.

É aqui que surge o conceito de Natureza ao nível antropológico. Uma volta pelo avesso através da própria cultura.

Com a segunda expressão Latina, relegere, Beuys se lançou ao método, ao exercício do fazer, da acção.

Um percurso que ilumina a natureza daquilo a que chamamos de arte, no final do segundo milénio.

A ilusão, o contra jogo, a crítica da cultura, estabelecida pelo maravilhamento da descoberta.

A obra de Beuys ultrapassa em muito a ideia de objecto, de evento fechado no tempo e no espaço.

Ela opera o processo enquanto uma complexa trama de relações.

Assim, ela se desmaterializa – mas, ultrapassando o nível da arte conceptual.

Não se trata de uma obra literária, no sentido de se estabelecer no universo simbólico, um universo de conteúdos, de símbolos.

Ela implica uma diferente estratégia de organização das coisas.

Ilusão e iluminação, maravilhamento e exercício do impulso criativo, relegere e religare.

E, como não pode estar presa no tempo e no espaço, ela já não pode ser mais exclusivamente Joseph Beuys, mas é um pouco de todos nós.

Toda essa viagem de pensamento – e todas essas ideias – poderia ser aplicada a qualquer grande artista Ocidental, de qualquer época, em qualquer lugar.

Por isso, trata-se de uma questão antropológica segundo a qual o impulso criativo nunca poderia ser propriedade exclusiva de alguém.

Tal como acontece com a música, pois os sons, como as ideias, não podem ser guardadas num cofre.

Beuys, como John Cage, como Satie ou como Merce Cunningham entre muitos outros, aproximaram arte e música, no caminho da iluminação.

Num antigo koan do século XII, Tai-Hui questionava apontando para uma pequena vareta de bambú: “Se alguém disser que isto é uma vareta, será uma afirmação. Se se disser que não é uma vareta, será uma negação. Além da afirmação e da negação, como poderíamos chamar a isto?”.

Maya!


Emanuel Dimas Pimenta

Sobre Joseph Beuys

quinta-feira, 4 de março de 2010

OM MANI PADME HUM

A dualidade da vida

 

                        Devemos nos lembrar sempre que o homem é também uma das emanações divinas, criado na mais sublime Luz e na perfeição do Deus maior.

 

                        " Nossa consciência será mais iluminada à medida em que a dirigirmos para a Luz " , assim diz a matre no templo, porém, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; Mas quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.

 

                        No dia em que nossos corações e mentes forem totalmente dirigidos para a Luz divina, para a perfeição do Criador, todo o nosso universo interior se ordenará;

 

                        Assim o que hoje tomamos por belo, é apenas o que reporta em nossa memória a Beleza da Mãe divina; Sendo o feio o que nos recorda nossa própria queda.

 

                        O que nos traz a paz é somente a impressão de estarmos nos aproximando de nosso estado glorioso de outrora; E a guerra é a luta para chegarmos ao estado em que conseguimos sentir tais impressões.

 

                        Dominamos outros, para tentar suprir nossa carência, causada pela falta de nosso poder perdido, ou nos deixamos dominar por aqueles que nos fascinam, e temos fascínios somente como fuga de nossa dura realidade.

 

                        É o medo causado por nossa tão desastrada queda, que nos assombra, aparecendo-nos como medo da morte; E o apego a vida existe, apenas por ser a vida nossa única certeza de que ELE, o Criador existe.

 

                        Procuramos suprir com riquezas materiais e sentimentos de fecundidade o vazio deixado em nossa alma pela falta do estado glorioso, sendo o medo da pobreza, o medo de nosso próprio estado de afastamento da glória divina, e o medo da esterilidade, o medo de estarmos pior do que realmente estamos.

 

                        A verdadeira sabedoria, que não lembramos mais , procuramos preencher com conhecimentos diversos, e é insensato aquele que não parece ter nenhum tipo desses conhecimentos.

 

                        Tão terrível é a nossa queda que quando amamos, amamos nosso reflexo, vendo no outro o que achamos que falta em nós mesmos, ou às vezes, pior ainda, a titulo de nosso próprio egoísmo, vemos nosso próprio reflexo na pessoa amada. De qualquer modo amamos a centelha divina que há em cada um de nós, mesmo que por espelho, mas queríamos mesmo, e não sabemos ainda, é amar aquele que é o princípio de tudo.


sábado, 13 de fevereiro de 2010

ARCANO 21 - O LOUCO DO TARÔ

   

                   É um homem mal vestido, que carrega uma trouxa de pano amarrada em um pau que ele coloca nas costas. Um cão morde e puxa suas roupas e ele caminha para um abismo, há também um animal prestas a ataca-lo, escondido a beira do abismo.

 

                   Quer Dizer  ( O significado erudito)

 

                   É um homem que não liga para ele mesmo, não se dá valor e caminha para a própria aniquilação, o seu melhor amigo, o cão, tenta dete-lo mas não consegue. Ele carrega apenas os seus preconceitos às suas costas e não vê os perigos que o cercam representados pelo monstro.

 

                   Mas também quer dizer  ( O que não se declara, apenas sente)

 

                   É um homem que venceu todos os obstáculos de sua vida, caminha para o abismo pois sabe que há uma força maior governando seu caminho que o sustentará. Não presta atenção ao monstro que o espreita pois sabe que ele não tem capacidade de ferir-lhe.

                   Os problemas da vida representados pelo cão que o tenta puxar para traz, não conseguem dete-lo e ele carrega apenas a sua filosofia representada pela sua bagagem.

 

                   Paulo Coelho escreveu – Balada de um Louco, que retrata bem a carta na voz de Rita Lee.



But that's not the shape of my heart

I know that the spades are swords of a soldier
I know that the clubs are weapons of war
I know that diamonds mean money for this art
But that's not the shape of my heart




segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ouvir estrelas

 

" Ora (direis) ouvir estrelas !

Certo Perdeste o senso ! "

E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouví-las, muitas vezes desperto

E abro as janelas, pálido de espanto ...

 

E conversamos toda noite, enquanto

A Via-Láctea, como um pálio aberto, cintila.

E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

 

Direis agora: " Tresloucado amigo!

Que conversas com elas ?

Que sentido tem o que dizem, quando estão contigo?"

 

E eu vos direi: " Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas"

 

 Olavo Bilac

(Poesias - Via Láctea, 1888)



Osho disse aos discipulos

" O amor é atencioso - muita gente perdeu o verdadeiro sentido do amor. Raras pessoas atingiram o amor, por que amor é Deus.

 Milhões vivem sem amor porque eles vivem sem Deus.

O Amor tem sido esquecido.

Como substituir essa falha ? O substituto mais fácil é chamar atenção das pessoas. Isto vai enganar você, vai decepcionar você, porque você vai acreditar que as pessoas amam você.

Isto é o que acontece com um líder político : ele se torna o primeiro ministro ou o presidente e então todo mundo presta atenção nele.

Ele se sente bem. Esta é uma maneira enganosa de se sentir amado.

Na verdade, ninguém está amando o líder político.

Uma vez que ele deixa o posto, ninguém quer saber para onde ele está indo.

Quem quer saber onde foi Nixon? . . . Só saberão dele quando morrer.

 . . . E o político é uma pessoa que procura amor e não tem sido capaz de amar e nem de ser amado. A busca por amor agora se tornou uma busca por atenção.

O político quer ver a cara dele no jornal. Se um dia não está lá, ele fica frustrado.

Essa é a maneira substitutiva de se realizar amorosamente.

Por que o amor, sempre que acontece, traz a atenção como uma sombra, mas a atenção não traz o amor.

. . . Os criminosos também querem a mesma coisa - atenção

Ele mata e no dia seguinte a cara dele está no jornal, o nome está no rádio, ou na TV. O criminoso se sente bem.

A busca do criminoso e do político é a mesma : atenção

Budha é amor puro e absoluto. Ele amou a existência, existência amou Budha. Isto é o que significa SAMADHI : quando você entra numa relação orgásmica com a totalidade da existência "

 

       (OSHO, Índia, Poona, 1974 conversando com os discípulos a respeito dos sutras contidos no SUTRA DO DIAMANTE)